sexta-feira, 17 de maio de 2013

Técnico Marcos Miranda alegou despreparo da jogadora.
Há pouco mais de 10 dias, a (re) convocação depois de quase seis meses fora dos planos da CBV. Hoje, o (re) corte.

Juliana, assim como as demais atletas convocadas, se apresentou normalmente na última segunda-feira no CT de Saquarema e três dias depois estaria com a corda no pescoço novamente.

O motivo? Criticar publicamente o novo sistema de seleções de vôlei de praia implantando desde o início do ano.

Única atleta convocada disposta a assumir publicamente sua instatisfação (situação que já foi comentada aqui), o resultado não poderia ser outro: na tarde de hoje, a CBV oficializou o corte da jogadora, que fica novamente sem possibilidades de disputar qualquer competição mundial em 2013.

Juliana foi estrelinha ao não se apresentar no final de 2012 e, por conta disso, ter sofrido o primeiro corte do grupo? Segundo ela, a falta foi justificada em um e-mail encaminhado à CBV. Independente do episódio passado, a atleta ousou demais em expor publicamente uma situação que deveria continuar nos bastidores? Não.

Como Juliana mesmo já afirmou em declarações passadas, seu futuro financeiro está garantido. Não seria o dinheiro das competições que a faria ficar "calada". Situação complicada para alguns atletas mais novos, que ainda precisam fazer "seu pé de meia" e que, por conta disso, preferem seguir submissos às regras.

Dona de sete títulos mundiais, cinco brasileiros, dois pan-americanos, de um ouro na Copa do Mundo, de um bronze olímpico e de três conquistas individuais como Melhor Jogadora do Mundo, valeria a pena se omitir para continuar tendo a chance de competir internacionalmente?

Neste caso, Juliana acabou fazendo um bem maior para a modalidade do que para si própria. Ao praticamente assinar a sua desconvocação, ela fez com que toda a imprensa fosse obrigada a mostrar que alguma coisa, pelo menos, parece não estar funcionando bem em Saquarema.

"Não dá para ter expectativa. Não sei quem é a minha parceira, não sei como é que vou jogar. (...) Eu soube por terceiros que vou jogar a etapa da Holanda. A comissão técnica não me falou nada".

"Mas aqui é tudo uma incógnita.Ninguém sabe nada, ninguém vê nada, ninguém fala nada. É surdo, cego e mudo."

"Como eu sempre disse, a ideia da seleção é válida. Como está sendo, aí somos nós as cobaias para ver se vai dar certo ou não. (...) Eu acho que, da forma que a seleção se encontra, os jogadores são peças de xadrez. Quem joga é a comissão técnica."

Enfim, Juliana teve a oportunidade de expor para todos que a ideia de seleção é excelente, mas ainda mal gerenciada, arbitrária e ditatorial. Se, como principal jogadora brasileira em atividade, a atleta sofreu esse tipo de represália, o que pode ser feito com seus colegas de profissão? (veja aqui o desabafo do capixaba Billy)

Como país sede da próxima Olimpíada e como uma Confederação de século XXI, esse corte realmente mostrou que a festa é estranha, com gente esquisita.

Ou vocês têm outra música melhor?
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